19/05/2008

Do Lado de Cá da Vida


Assumo sem pudores minha fome de beleza em tudo. No amor. No sexo. Na amizade. Na poesia. Na prosa. Na vida! Confesso também minhas ternuras e minhas invejas. Em ambas, pouco me importo se vão me achar clichê demais. Eu sou o que sou até aqui... até me transformar em outro algo melhor, logo mais ali a diante. E assim vou vivendo.


Esse fim de semana, vivi emoções diversas. Alegria. Raiva. Dor (nos pés e no coração) Aconchego. Amor.


Disfarçar sentimentos é algo que não sei fazer. É um trabalho de Hércules. E admito que não sou a versão feminina dele. Não consigo dissimular o que sinto. Se sou assim na demonstração de alegria, imagine nos dissabores. Ele (ou eles) fica(m) claramente destacado(s) em meu rosto, que nunca finge.


Não quero que confundam alhos com bugalhos. Por isso, quero falar da emoção ímpar que vivi no último sábado.


Minha cidade em festa. Meu coração em alegria por receber pessoas especiais em minha casa. O sábado prometia. Show de Jota Quest. O sábado cumpriu tudo que prometeu e mais um pouco. Ganhei um presente: uma nova amizade. Uma pessoa indiscutivelmente linda por fora. E como se não bastasse ainda simpática, simples, educada e bonita por dentro também. Pronto, a amizade brotou e juntas aprontamos tudo que nos deu prazer em estar vivas.


Leniana é o nome dela. Juntas scaneamos o parque de Exposição e de camarote, assistimos e nos emocionamos com as músicas do Quest. Realmente é extremamente fácil ganhar meu coração. Só precisa de uma dose de educação misturada com um tiquinho de simpatia e bom humor. É... um dia feliz, às vezes, é muito raro porque nós complicamos tudo. Raras pessoas têm o dom de cantar junto e deixar o mau humor do lado de fora da vida.


Enquanto me acabava cantando e dançando, não pude deixar de me recordar da vida que foi para o lado de lá: meu marido Osmar. Lembrei do hospital onde passamos alguns meses em Belo Horizonte. Quando internado, ele sentia muita dor. Por amor, a dor dele se fazia minha também. Nesses momentos, tinha uma música do Jota Quest que sempre sussurrávamos juntos:

“Ei, dor! Eu não te escuto mais

Você não me leva a nada

Ei, medo! Eu não te escuto mais

Você não me leva a nada...

E se quiser saber

Pra onde eu vou

Pra onde tenha Sol

É pra lá que eu vou.”


(Essa música nos permitia expulsar o medo e amenizar a dor e, de alguma forma, nos fazia mais confiantes em um *final feliz para o nosso sofrimento.)

Ali, diante daquela multidão sem fim que erguia os braços e evocava a certeza de ir pra onde sol brilhava, me vi só. Paradoxal, não? Rodeada de pessoas, gritos, sons, sorrisos... eu conversava silenciosamente com alguém. Olhava a lua. Sorria e chorava. Literalmente. Não era um choro triste. Nem uma solidão doída. Foi um momento mágico. (Não sei se me entendem) Foi um momento de encontro. Encontro que me deixou feliz e consciente. Consciente de que do lado de cá, a vida segue. E do lado de lá, também. Cada um com seus compromissos. E nossas lembranças juntos continuarão bem guardadas no lugar onde vivem os melhores e bons sentimentos: o coração.

Aos poucos começo a entender que a vida está aí. Do meu lado. E ela não engana ninguém. Posso ouvi-la ou não. O preço a ser pago por isso será sempre meu. Lição aprendida, continuei a noite. Dancei tudo que tinha direito. Abracei pessoas muito queridas e declarei o amor e admiração que sinto por elas.


Saldo da noite. Depois de três ou quatro (será?) Frozzen, muita alegria, muita música, muita gente alegre, perdi e reencontrei meu carro. (Claro que ele estava estacionado exatamente no mesmo lugar... nem um centímetro a mais ou a menos.) E esbarrei nos primos de Leniana, minha nova amiga. E minha casa que já estava hospedando cinco, hospedou mais três pessoas. A noite terminou muito feliz. E o domingo começou em festa relembrando as gafes da noite anterior e combinando um novo encontro. Dessa vez, em Diamantina. Para o show de Victor e Léo, dia 30 de maio.


*final feliz: Geralmente acontece quando o mocinho e a mocinha terminam juntos. No meu caso, o meu mocinho se foi. Mas continuo feliz, pois essa sempre foi a nossa proposta de vida.

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Pessoas Lindas,

A Blogagem Coletiva do dia 16/05 me oportunizou conhecer, (re) visitar e apreciar muitos lugares lindos desse Brasil maravilhoso. Mais uma vez, obrigada à Andréa pela oportunidade. Agradeço também a todos os comentários do post anterior.


De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. Também não é a mais difícil. Para mim, é uma questão de se permitir. E é isso que desejo pra mim e pra todos. O ato de se permitir enxergar além do horizonte um lugar, bonito e tranqüilo, pra se viver em paz.



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Para a Shi, uma amiga MUITO QUERIDA, que aniversariou ontem, dia 18/05, desejo um belo horizonte de coisas boas, belas e felizes! Muita saúde e que a alegria continue sendo a medida de seus sonhos!!!


PARABÉNS, LINDONA!!!



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Uma semana iluminada a todos!

Meu Beijo Karinhoso e Azul!