07/01/2010

Carpe Diem


Era preciso confessar que repentinamente, ela tinha acordado vendo tudo diferente... os dias que eram sempre iguais, num passe de mágica, amanheceram lilases...

Ela voltou e voltou, trazendo sonhos. No pensamento, a certeza de não precisava pagar um preço tão alto por acreditar que o amor era algo possível. Seu coração, enfim, despojara-se de tudo que o oprimia e estava aberto à visitação. Ah, e como isso era bom!

Cansara de mexer e mexer e se afundar em si mesma... estava na hora de deixar as amarguras de lado... aliás, passara da hora de mergulhar em outros universos, conhecer novos rostos. Já provara por tempo demais a dor, tanto a do passado mais antigo, como do passado recente.

Ocorreu-lhe que talvez para libertar-se verdadeiramente dos medos, fora preciso carregar por um tempo a mais, a cruz que lhe era imposta, afinal só assim é possível enxergar realmente a vida em tons reais, quando tomamos nossa cruz e fazemos dela, não um fardo, mas um aprendizado.

A vida não tem nada de marcada, tudo que se vive é consequência dos nossos atos e pensamentos. Porque ela quis viver numa prisão, lá ela viveu. Mais uma vez, foi vítima. Vítima de si mesma. Jamais da vida. E, por isso, perdera. Perdera tempo. Contudo, ganhara experiência. A vida sempre segue em frente, não há muito o que fazer, a não ser viver e viver. Carpe Diem. Sempre!

Não queria sorrir por disfarce, não queria fingir. Detestava fingir. Não queria falar só por falar. Queria ouvir e ser ouvida. Queria sentir que a vida pulsa no compasso do coração. Queria escutar as melodias dos sentimentos que já tinham sido revirados.

Precisava resolver seus conflitos internos. Isso faz crescer. Não queria reviver o passado mais. Queria entrar de cara e bocas no novo ano. Desvendar os mistérios reservados para o ano 10.

É... ela estava pronta. Pronta para se entregar sem reservas. Queria se misturar ao infinito de alguém. Necessitava sentir o vento na pele. O suor escorrendo pelo corpo inteiro. O sabor de estar de bem com a vida e VIVA! E até mesmo o gosto amargo da saudade e da distância.
Daria certo? Não sabia. Entretanto, se arriscaria. Queria estar plena novamente.

Lembrara-se de que disseram-lhe uma vez que o “amor é não é regra, é exceção. E que não surge na pressa, exige tempo. Costuma ser fruto da paciência, da repetição, da vontade de se rever e prestar atenção aos sentimentos do outro.”

Tudo bem. Regras existem para serem seguidas e até mesmo quebradas ( o que tornam os frutos ainda mais saborosos). Exceções são bem vindas, assim como os dissabores não são fáceis de serem enfrentados, alimentar-se de momentos inesquecíveis era essencial.

Na verdade, ela não estava a procura de viver “como quem só espera um novo amor”... havia sim, muitas coisas ainda pela vida a fora.

Enriquecer-se do amor maternal mais e mais. Amar sem medidas o fruto do amor mais lindo que ela carregara dentro de sim.

Realizações profissionais. Novos horizontes se abriam nessa área.

Também precisava averiguar coisas mal-resolvidas com pessoas que fizeram o ódio ser uma estranha forma de amar. (Isso pede um post à parte.) E essa forma de amar ela não queria mais. Definitivamente, não!

O amor também pode ser um jogo que deve ser bem jogado. Compartilhado. Respeitado. Jogado com lealdade. Ele começa do contrário. Daquilo que não existe na gente. E isso é simplesmente fascinante. Pensar nas possibilidades: das conversas com sal, dos olhares com pimenta, dos sorrisos com açúcar... humm... é doce e apaixonante nadar no mar dessas delícias.

Há, portanto, que se ressaltar um detalhe importantíssimo. É primordial ter consciência de que para mergulhar nesse mar é preciso ter o dom de eternizar momentos e amar sem aprisionar.

Por fim, é preciso acreditar que vale a pena estar VIVA! E ela sentia-se assim. Viva. Aberta aos sentimentos. Queria (e quer) plagiar o poeta e ser a pátria de alguém. Sem perder o norte. Sem perder o prumo. Carpe Diem! Sempre!

04/01/2010

Atropelos







A chuva fere o asfalto cansado de sofrer com as marcas da borracha... ele, o asfalto, agradece a graça do resfriamento.




Pedestres escondem-se dos grossos pingos sob as marquizes, equilibrando-se entre a água que caía do céu... um mar de sobrinhas formam um emaranhado, uma paleta multicor, dançando nas ruas centrais da capital mineira.




Lá nesse cenário incomum, reaparece “ela”...




Autista, maquiada, mascarada, doída, massacrada por sua consciência e refletindo sobre os últimos meses vividos.




A pergunta petulante que não sai de sua cabeça: “O que estou fazendo? O que necessariamente estou fazendo da minha VIDA???




A consciência cobrava-lhe sanidade. A saudade de quem partiu dóia-lhe na alma. O preço cobrado era muito, muito alto. Compensara viver?



A interrogação multiplicava-se na mente, remoendo, digerindo, ruminando e repensando inúmeras respostas que não satisfazia sua necessidade de entendimento.




A que ponto chegara sua vida? Seria ainda possível sofrer? Ela não teria sofrido tudo?
Não. Ninguém, ser vivente algum, enquanto respitar sofreu o suficiente enquanto existe vida.




Entre sinônimos, ela insistia em acertar... tropeçando nos antônimos, ela desanimava-se e até mesmo indignava-se diante de sua realidade.




Procurando resposta nas grandes filosofias, confundia-se cada vez mais.




Apelara enfim, para Miss Lispector: “o escuro da noite atropelava seu meio dia”, o dia que amanhecera laranja, trocava suas cores pelo cinza mórbido que perseguia suas palavras e até mesmo seu melhor sorriso...






***






E como diria o poeta: o boêmio voltou... eis-me, aqui de volta, pessoas. Ká 2010... a mesma de sempre... e a de sempre sem ser a mesma.






Questionando-me diante da vida e dos acontecimentos... despojada da hipocrisia que me cerca, vivendo e querendo sempre mais... e morrendo de vontade de voltar ao blog e dessa vez para ficar.






Quer um 2010 super 10?






Pois aí está uma receita para um Ano Feliz:






Tome 12 meses completos. Limpe-os cuidadosamente de toda a amargura, ódio e inveja. Corte cada mês em 28, 30, ou 31 pedaços diferentes, mas não cozinhe todos ao mesmo tempo.






Prepare um dia de cada vez com os seguintes ingredientes:






- Uma parte de fé



- Uma parte de paciência



- Uma parte de coragem



-Uma parte de trabalho






Junte a cada dia uma parte de esperança, de felicidade e amabilidade.






Misture bem, com uma parte de oração, uma parte de meditação e uma parte de entrega. Tempere com uma dose de bom espírito, uma pitada de alegria e um pouco de ação, e uma boa medida de humor.






Coloque tudo num recipiente de amor. Cozinhe bem, ao fogo de uma alegria radiante. Guarneça com um sorriso e sirva sem reserva.






Saúde e Paz, meus(minhas) amigos!






Beijos meus Karinhosos,