Hoje, logo que acordei, depois de uma noite de muitos sonhos meio escabrosos, abri o "Maktub" e a mensagem do dia foi:
"Viva todas as graças que DEUS te deu hoje. A graça não pode ser economizada. Se você não usufruir estas bençãos, irá perdê-las irremediavelmente. A cada dia, o seu milagre. Aceite as bençãos, trabalhe, e crie suas pequenas obras de arte hoje. Amanhã você receberá mais."
Senti-me então, fortemente impelida a ver a vida pelo lado azul... o único "eu te amo" que realmente me importa, aquele que faz toda a diferença (do meu amado JR.) foi ouvido com sabor especial e seguido de um beijo deliciosamente aveludado. Minha alma sorriu feliz e prometi a mim mesmo que depois dessa benção especial, o dia seria tudo de bom!
Há algum tempo, acredito piamente que 2010 foi instituído como mais um ano de provação. Ok. Realmente é o que ainda me parece. Contudo e entretanto, me desculpem, gosto do jogo do contente e vejo que aprender pela dor, nem sempre é o pior caminho. E como tenho aprendido! Às vezes, aprendo rápido. Nem sempre é assim. Muitas vezes, o cursinho intensivo, não alcança seus objetivos e fico para a segunda chamada. Porém, quando a ficha cai, o tintinlar faz-me acordar para a vida.
Pensando dessa forma, levantei-me encorajada a usar o dia de hoje como aprendizagem. Arrumei-me com alegria. Olhei-me no espelho e o reflexo me orgulhou. Resolvi não abusar da maquiagem e só passar um lápis e um batom. Cara limpa. Praticamente.
Cheguei ao trabalho e senti-me útil. Sou importante. Uma peça essencial (como todas as outras) nesse grupo a que pertenço. Como profissional. Como pessoa. Tinha um compromisso. Ir com uma amiga ao fórum resolver uma "virgulazinha" no seu processo de divórcio. Interessante é que cada vez que fazemos algo para ajudar alguém, acabamos por ser ajudados também.
Sentadas, aguardando aquela velha conhecida burocracia e vai pra lá, vai pra cá da justiça brasileira, recordei-me dos meus dois sonhos profissionais: ser professora e advogada. Segundo minha amiga, realizei muito: sou diretora, inspetora, orientadora, supervisora, graduada e pós graduada... mas aos 35 anos, ainda há tempo para o Direito. Nesse momento, senti que tinha acabado de receber mais uma graça do dia. Depois de tudo assinado, já voltando ao trabalho, decidi que não vou abandonar esse sonho. Vou tentar o vestibular. Vou enfrentar o banco da faculdade mais uma vez.
Todos os dias morremos um pouquinho. Ora de forma lenta. Ora de forma foraz. E dessa mesma forma, morrem sonhos, amores, desejos. Não quero morrer agora. Nem que meus sonhos adormeçam comigo. Muito pelo contrário, quero sonhar sonhos novos. Quero viver novos amores. Quero saciar velhos desejos e encantar-me com novos.
Sou muito saudosista. Não nego. Em contrapartida, em algumas situações sou realista demais. Deitei-me cedo. Algumas preocupações povoavam minha mente e sobrecarregavam meu coração. Foi aí, que a madrugada me forçou a ligar o note book e escrever.
Segundo Dom Helder Câmara, "As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros, por isso devemos levá-las no coração." Tenho a péssima mania de somatizar os problemas de quem gosto. De me pré-ocupar com situações que não aconteceram ou que não me pertencem. Nesse pensamento, dei-me conta de que fui agraciada com outra benção. Não quero tornar-me egoísta a ponto de não me importar com as pessoas, mas sei que é preciso ser solidária, sem que os problemas alheios fiquem sobre meus ombros. De alguma forma, descobri que preciso cuidar mais de mim. Preciso dar mais atenção ao momento que vivo. Necessito passar por essa metamorfose sozinha. Preciso virar borboleta com minhas dores e meus prazeres. Só por mim.
Algumas pessoas são presenteadas com o amor. Dedicam-lhes o carinho, o companheirismo, o sorriso, o conforto da mão amiga. E, muito embora, tudo isso seja uma verdadeira graça, elas simplesmente descartam a possibilidade de sentirem-se amadas. Preferem o conforto de sentirem-se donas da situação. Assim, a vida segue e o amor, como os sonhos, morre letalmente.
Definida em uma única palavra, no último fim de semana por duas pessoas queridas: emoção, intensa. Sempre acreditei na amizade verdadeira, desinteressada. Ou melhor, interessada no bem do(a) amigo(a). Sempre acreditei no amor. Aquele do conto de fadas. Onde o príncipe é belo, inteligente, carinhoso e ainda por cima, companheiro. Chega no cavalo branco e num piscar de olhos os amantes são felizes para sempre. Sempre acreditei no poder transformador da educação. Sempre levei a sério e transformei minha realidade através dos meus sonhos.
Titubeio em dizer que amizade nem sempre é verdadeira, amor nem sempre é um conto de fadas, contudo a realidade sempre pode ser transformada através dos nossos desejos.
Até que ponto vale a pena insistir na amizade de alguém?
Até que ponto vale a pena querer um amor tão eterno?
Até que ponto vale a pena realizar sonhos?
A resposta é única e óbvia: ATÉ O PONTO EM QUE NÃO PERDEMOS A PRÓPRIA IDENTIDADE.
Peço a DEUS, que nas minhas buscas e sonhos, que eu não me perca. Que eu me transforme, mas que a essência Karine de ser, permaneça.
Quem gostar de mim, ótimo. Seguiremos juntos e tenho a mais plena certeza de que a história será feliz.
Quem não gostar, só lamento. Perdeu uma grande chance de conhecer uma mulher, mãe, amiga, irmã, profissional especial.
Por hoje é só...
Beijos meus!
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