26/09/2008

"Porque há o direito ao grito. Então eu grito."

“É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.”

Anoiteceu. Amanheceu. Novamente outra noite e de novo outro dia. Ela respirou novos ares. Sorriu muito. Viu tudo colorido. Abraçou pessoas queridas. Reencontrou velhos amigos. E “encontrou” finalmente uma amiga virtual de 4 anos. Tal amiga é baiana, residente atualmente em Brasília. Num desses “acasos” da vida (ainda que acasos são desculpas do destino para o que deve realmente acontecer) a amiga tinha um compromisso profissional em Belo Horizonte e lá foi ela finalmente abraçar essa pessoa querida.

Os flocos de amor que caíram na estrada acompanharam a estada em BH e rechearam de carinho o encontro mafioso. (Tecla sap: Máfia (do bem) é o nome de grupo de amigos blogueiros que estão espalhados por esse Brasil de meu DEUS.)

Seu coração retornou de BH em paz. Definitivamente, ela nascera para ser e ter amigos especiais que conseguem fazer seu coração florir, desabrochar em primavera, mesmo no inverno dos seus dias mais tristes.

Voltara empolgada, além dos bons encontros, seu peito se aliviara da angústia. Ver tudo sob um novo prisma, era o que precisava e, por isso, também, ela retornara feliz. Mais do que feliz, empolgada. Estaria reunida com parte de sua família e ainda teria a chance de reabraçar e parabenizar pessoalmente o amigo-anjo Mateus. Nada poderia ser melhor. Viajar com sua mãe, seu irmão, seu filho; era um programa inusitado e que lhe fazia falta. Muita! Sua família era toda desagregada por viverem em cidades diferentes, acabavam por ficar distantes por longo tempo. A oportunidade era única, imperdível.

Mas, porém, todavia, contudo e ao passo que... precisava antes resolver o motivo da angústia que deprimia seus dias. Como todos devem saber, ela fora casada por 10 anos e vivera um grande amor por quase 12 anos... infelizmente, seu marido falecera, deixando-a completamente desnorteada, órfã de carinho, cuidado, atenção, amor, paixão... vida!

Um novo amor se anunciara depois de meses e meses de reflexão. A aceitação da morte, a conscientização de que a separação era mesmo definitiva nesse plano, a des-construção e a re-construção dela enquanto mulher, pessoa, mãe, profissional, tudo isso, cedeu lugar a um sentimento bom que começava a tomar conta do seu re-viver.

A paixão anunciou-se vermelha. Intensa. Rosas e a promessa de um futuro a dois faziam-na sentir-se mais viva ainda. Cumplicidade de olhares e objetivos pareciam uma boa direção para ambos. E seria...

Ao retornar, uma nova conversa, um beijo cálido e terno acalma os corações. Ela podia fazer a nova viagem feliz. Estava apaixonada e sentir-se assim renovava sua vibra de guerreira que sempre luta pelos sonhos e almeja a felicidade de dias pacíficos.

Viajou. Montes Claros era o próximo destino. Lá, sua sobrinha completara 15 anos e em família festejariam a graça da VIDA e de estarem juntos. Palavras não confessariam a intensidade dos momentos vividos no fim de semana. Metáforas não alcançariam a felicidade dos olhares, abraços, beijos...

Ela sempre teve fome de família. Sede de pertencer a um clã. Talvez por isso, cultive os amigos como a família que escolhe para acompanhá-la no atravessar do viver.

Re-viu, re-abraçou, beijou e acalentou-se nos braços do amigo Mateus. A benção do fim de semana feliz estava completa. Podia retornar ao lar.

A volta carregada de saudade. De tudo e todos. E, especialmente, do amor. Aconchegou-se nos braços dele, invadiu suas fronteiras e tornaram-se um. Amaram-se profundamente.

Na segunda-feira, a vida ainda não voltara à rotina normal. Celebrar a vida do amor causava ansiedade pela escolha do presente que melhor festejaria o aniversário dele. Adepta de presentes que marcam e não são meramente obrigação, ela optou por misturar vinho, música, chocolates e muito carinho. O que era para ser mágico, transformou-se em tragédia. Não festejaram juntos. A culminância fora um presente: a precoce separação. Precoce, mas definitiva.

Ela que sempre acreditara que água e óleo se misturam no afeto, viu que os tempos são outros. A água cristalina não conseguiu mergulhar na impermeabilidade do óleo.

“Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja.”

Lágrimas doídas passearam marcando a face dela. Por alguns momentos, num surto de insanidade, pensou em sucumbir de novo em depressão. Deixar-se arrastar pela tristeza de mais um amor que se foi...

Na quarta-feira, ainda sem entender a vastidão do não-entendível, resolvera não desvendar as esfinges do amor. Dilacerar-se pela perda só a levaria a sofrer mais e mais. Afinal, o amor não é imortal. Assim, como nasce, cresce, invade as entranhas do coração, ele também morre. Quando acaba o sentimento, é melhor dar um tempo no amor.

A vida segue.

***

Pessoas lindas,

Fui. Voltei. Tornei a ir. E voltei novamente. Eis-me aqui. Inteira. Talvez um pouco magoada, mas túmida. Forte. Re-nascendo (de novo, de novo e de novo e quantas vezes precisar) como a primavera. Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi. Salve o clichê do nosso rei.

Abre parênteses: MORRENDO DE SAUDADES DE VOCÊS!!! Fecha parênteses.

Recebi alguns PRESENTES ESPECIAIS: selos de amigos(as) queridos.

Na próxima semana, os publicarei e repassarei.

Beijão Meu!