02/09/2008

Dois lados


Depois da despedida, virou outra. Carrega em si, na essência, as mesmas características marcantes: bom-humor, inteligência, simpatia e, como não podia deixar de ser: a máscara arrogante que a esconde do mundo, sempre que esse quer lhe magoar.

Enxerga-se como duas cortinas distintas: uma: de tecido escuro, denso, moderna, bonita, arrojada, imponente, porém, de trato áspero. A outra: de tecido claro, maleável, tradicional, bela, meiga, frágil, romântica e de trato suave. Tais cortinas podem perfeitamente delinear a personalidade dela, sempre marcante e forte, mas aberta ou fechada para o mundo, dependendo da melodia que toque nos acordes da vida.

Dentro de si todas as contradições possíveis, de forma autêntica desbrava seus caminhos, ora se afugenta do mundo com medo de sofrer, ora o encara de frente com a armadura de quem quer e vai ser feliz. (Mais do que já é.)
Inquieta em sua busca, urgente em seu desejo de conhecer-se, ansiosa em entender o alheio.

Não se apega mais ao passado. A dor que sentia é natimorta. A esperança voltou a ser sua companheira inseparável. Amargou por demais a dor dos ferimentos, a indiferença dos ‘amigos’, a solidão da perda. Viveu exclusivamente sua dor. Agora está cheia de novas forças. Descobriu que ninguém ganha sempre e agora precisa distinguir seus acertos dos seus erros.

Precisa transformar a pedra sofrida, inumana, empedernida, que pulsa dentro dela. Necessita quebrar o bloco de gelo e mármore, de aço maciço inoxidável, intangível e intocável. O vermelho sangue precisa voltar a correr pelo descorado coração, inundando sua vida de paixão e vida.

Re-aprender a sorrir e demonstrar o amor que sente é seu desafio atual. Acreditar no amor do outro. Confiar que a vida está lhe dando outra oportunidade de sentir-se amada. Expurgar o fantasma do amor passado e aceitar as dádivas de alegria, sem culpa e sem medo.

Sorrir novamente ao receber flores. Ver-se no espelho bonita para outro alguém. Latejar de felicidade ao receber um telefonema inesperado no meio da noite. Sentir desejos. Deixar-se levar pelos desejos. Nada disso é pecado. Nada disso é ruim. Nada disso contradiz a sua história. Tudo isso é normal. Tudo isso é estar viva. Tudo isso é abrir-se ao amor. Não há porque sentir remorso ou culpa. Essa é a vida que se desenha à sua janela.

***

Pessoas Lindas,

Muito bom ver se desenhando no Ponto novas amizades.

Muito bom ver desenhado no Ponto velhas amizades.

Muito bom ter todos vocês aqui! Entrem, o Ponto é nosso: para refletir, discutir, aprender, sonhar e sorrir muito em interação!

Beijo Karinhoso meu!