A chuva fere o asfalto cansado de sofrer com as marcas da borracha... ele, o asfalto, agradece a graça do resfriamento.
Pedestres escondem-se dos grossos pingos sob as marquizes, equilibrando-se entre a água que caía do céu... um mar de sobrinhas formam um emaranhado, uma paleta multicor, dançando nas ruas centrais da capital mineira.
Lá nesse cenário incomum, reaparece “ela”...
Autista, maquiada, mascarada, doída, massacrada por sua consciência e refletindo sobre os últimos meses vividos.
A pergunta petulante que não sai de sua cabeça: “O que estou fazendo? O que necessariamente estou fazendo da minha VIDA???
A consciência cobrava-lhe sanidade. A saudade de quem partiu dóia-lhe na alma. O preço cobrado era muito, muito alto. Compensara viver?
A interrogação multiplicava-se na mente, remoendo, digerindo, ruminando e repensando inúmeras respostas que não satisfazia sua necessidade de entendimento.
A que ponto chegara sua vida? Seria ainda possível sofrer? Ela não teria sofrido tudo?
Não. Ninguém, ser vivente algum, enquanto respitar sofreu o suficiente enquanto existe vida.
Entre sinônimos, ela insistia em acertar... tropeçando nos antônimos, ela desanimava-se e até mesmo indignava-se diante de sua realidade.
Procurando resposta nas grandes filosofias, confundia-se cada vez mais.
Apelara enfim, para Miss Lispector: “o escuro da noite atropelava seu meio dia”, o dia que amanhecera laranja, trocava suas cores pelo cinza mórbido que perseguia suas palavras e até mesmo seu melhor sorriso...
***
E como diria o poeta: o boêmio voltou... eis-me, aqui de volta, pessoas. Ká 2010... a mesma de sempre... e a de sempre sem ser a mesma.
Questionando-me diante da vida e dos acontecimentos... despojada da hipocrisia que me cerca, vivendo e querendo sempre mais... e morrendo de vontade de voltar ao blog e dessa vez para ficar.
Quer um 2010 super 10?
Pois aí está uma receita para um Ano Feliz:
Tome 12 meses completos. Limpe-os cuidadosamente de toda a amargura, ódio e inveja. Corte cada mês em 28, 30, ou 31 pedaços diferentes, mas não cozinhe todos ao mesmo tempo.
Prepare um dia de cada vez com os seguintes ingredientes:
- Uma parte de fé
- Uma parte de paciência
- Uma parte de coragem
-Uma parte de trabalho
Junte a cada dia uma parte de esperança, de felicidade e amabilidade.
Misture bem, com uma parte de oração, uma parte de meditação e uma parte de entrega. Tempere com uma dose de bom espírito, uma pitada de alegria e um pouco de ação, e uma boa medida de humor.
Coloque tudo num recipiente de amor. Cozinhe bem, ao fogo de uma alegria radiante. Guarneça com um sorriso e sirva sem reserva.
Saúde e Paz, meus(minhas) amigos!
Beijos meus Karinhosos,
Ká
|